quarta-feira, 1 de maio de 2024

O SILÊNCIO MONÁSTICO

 O SILÊNCIO MONÁSTICO



Fonte: Mosteiro beneditino Anglicano: https://demonjesymonos.com/2020/01/13/el-silencio-monastico/


SILÊNCIO MONÁSTICO COMO INÍCIO DA SABEDORIA


Passei uma semana praticamente em silêncio no meu refúgio monástico na Baviera, conhecido como a Arqui-Abadia de Santa Ottilien pelas missões beneditinas. É uma das maiores abadias beneditinas da Europa. No meio do inverno é calmo, tranquilo e você pode até ouvir seus próprios pensamentos. Optei por evitar as redes sociais esta semana e manter minha correspondência ao mínimo. Eu realmente estive sozinho comigo mesmo. O silêncio é apreciado.


Estou lendo uma introdução à Regra de Bento escrita por Michael Casey e David Tomlins para uso em treinamento nos círculos beneditinos. Escrito para a Segunda Edição de 2008 da União Beneditina da Austrália e Nova Zelândia, as suas ideias sobre a regra são profundas e revigorantes. Um dos principais princípios e práticas monásticas é viver uma vida rodeada de silêncio. O silêncio no sentido monástico é interno e externo. A Regra de Bento XVI dedica várias seções à compreensão monástica do silêncio.


Esta semana, no meio do barulho da política, da quase guerra com o Irão, dos incêndios devastadores na Austrália, da queda acidental de um avião de passageiros pelo Irão, estou perfeitamente consciente do volume de barulho que enfrentamos nos tempos modernos. Minhas longas caminhadas pela Baviera rural no Mosteiro me fizeram perceber como facilmente perdemos a visão panorâmica correta do mundo e de nós mesmos. De repente, olhando para o vasto céu e para os campos abertos, percebo que não sou o centro do Universo, mas uma parte delicada do todo. Estou muito conectado com tudo e todos no planeta. Estou falido quando o planeta está quebrado. Estou saudável quando o planeta está saudável. Não é de admirar que a maior parte da Terra que vive num ambiente urbano, incluindo eu, se esqueça tão facilmente dessa verdade profunda.


O ruído como intrusão de calma, paciência e serenidade.


O ruído não se trata apenas de dizíveis. O ruído que enfrentamos no mundo hoje é visual e audível. É tátil e também palpável. Estamos tão imersos no barulho que nem percebemos que o silêncio existe. A constante enxurrada de imagens em nossos telefones, dispositivos e telas. O trânsito, as conversas, a retórica política, as notícias falsas, o cyberbullying também fazem parte do ruído diário que temos de suportar na sociedade atual. Este NÃO era o caso há 50 anos. Memória. O único barulho era o do rádio e da televisão quando ligados, e isso era menos frequente do que hoje.


A sabedoria do silêncio


Talvez apenas o silêncio possa ser o corretivo para a nossa visão míope.


O silêncio, assim como a humildade, nos torna menos importantes.


O silêncio nos convida a entrar em nós mesmos e nos obriga a ouvir nossos pensamentos íntimos.


O silêncio nos convida a ouvir e não falar.


É muito difícil falar e ouvir ao mesmo tempo.


O silêncio é um grande remédio para o imenso sofrimento que suportamos atualmente e que podemos continuar a suportar no mundo.


Movendo-se para o silêncio, os cinco sentidos.


Outro dia pratiquei um exercício simples que permite ficar em silêncio onde quer que esteja e a qualquer hora. É um exercício nos cinco sentidos.


Sentado em um lugar confortável, com os olhos abertos, você começa a entrar em contato com seus cinco sentidos, visão, paladar, tato, audição, olfato. Comece com qualquer um dos sentidos. Que gostos estão na sua boca? Seco? Molhado? O que você cheira? O que você ouve? De onde vêm os sons e cheiros? Observe o que o rodeia. Concentre-se por um tempo em uma imagem e observe todas as suas propriedades. Quais são as suas sensações físicas em seu corpo? O que você pode sentir e não sentir? Este exercício dos cinco sentidos traz imediatamente ao momento presente e ajuda a estar atento ao silêncio que sempre nos rodeia.


Silêncio monástico


O silêncio monástico corrige impressões negativas em nossas vidas através do ruído em todas as suas diversas formas. O silêncio monástico consiste em criar novas “impressões” na alma através da beleza, da música, da natureza, de símbolos ou ícones religiosos, do espaço, do tempo sozinho e isolado, do tempo comendo em silêncio com os outros, do tempo observando cuidadosamente todo o nosso ambiente, plena atenção. e atenção em cada momento e circunstância.


Não precisamos ir a um mosteiro para ter ou experimentar o silêncio monástico, tanto quanto é útil e recomendo visitas regulares ao claustro local. A prática do silêncio em nosso próprio ambiente é uma opção aberta para a maioria de nós. Talvez não com a frequência que gostaríamos. Mas o silêncio está geralmente disponível para todos nós, pelo menos diariamente, se não várias vezes, nos nossos movimentos e rotinas diárias. Chegue cedo ao escritório, antes que outros cheguem. Passando por uma igreja local que está aberta para ir ou voltar do trabalho. Visite um parque ou playground local. O tempo que passamos sozinhos em nossos carros. Tarde da noite. De manhã cedo.


Indo para a sinfonia. Encontre um canto tranquilo para fazer uma refeição saborosa e saudável sozinho. Até assistir sozinho a um bom filme que enriquece a alma pode ser uma forma de silêncio. Ouça uma palestra ou apresentação de alguém que seja sábio e dê bons conselhos ou ensinamentos. Ler um bom livro cheio de alma. Temos tantas opções de silenciamento ao nosso alcance, onde o ruído pode ser deixado de lado e ignorado por curtos e até longos períodos de tempo. É claro que a Oração é ficar quieto diante da Presença Divina. Michael Casey diz que falar demais, o ruído interno (multiloqium) na oração impede a experiência de compunção da qual nasce a contemplação.


O silêncio monástico requer disciplina, tempo e atenção. Mas é ouro. Devemos reduzir o tempo e o espaço em todas as nossas agendas para o verdadeiro silêncio. Televisões Os telefones (celulares) e as telas (computadores) devem ser propositalmente reservados para períodos escolhidos de verdadeiro silêncio. Esta não é uma opção. A interrupção constante deve ser interrompida pelo menos em alguns momentos do nosso dia para recuperar a compostura e retornar aos nossos centros, ao nosso verdadeiro eu. Mentes ativas também devem se acalmar. O ruído é interno e externo. Quando o ruído interno para em alguns dias? Até dormir isso é um desafio para o ser vivo moderno.


Restrição e moderação


Contenção e moderação são termos monásticos, não termos modernos. Estão longe de serem negativos ou mesmo limitantes. Eles nos libertam para tantas possibilidades na vida.


Quando não estamos completamente cheios, mas parcialmente vazios é quando começamos a desfrutar das sensações que nos rodeiam, sejam elas físicas ou emocionais. Cheio significa que não há espaço para mais nada. Moderação e moderação significam abrir espaço suficiente para Deus, para a graça, para a graça, para o prazer. Para mim. Vivemos numa época em que a moderação e a contenção são quase inéditas. Estamos acostumados a ficar satisfeitos e satisfeitos quase imediatamente em tudo e em todos os sentidos. A moderação monástica é praticada diariamente no mosteiro. Já foi dito que você conhece um verdadeiro monge pela maneira como ele fecha uma porta. Tem a ver com a maneira como um monge caminha e vai de um lugar para outro sem pressa. É visto nas refeições quando os monges servem uns aos outros com gentileza e com gestos suaves e não ásperos. Fica com um vestido simples e prático sem competição pelo hábito mais atraente!


A restrição e a moderação fazem do QUARTO o silêncio em nossas vidas.


Não há nada mais contracultural do que o silêncio.


Ao abraçarmos seriamente o silêncio nas nossas vidas, nadamos contra a corrente e caminhamos contra a corrente da maioria da humanidade. Não há nada de errado nisso. A vida e as práticas monásticas são projetadas para seguir em outra direção. Eles não são para todos, mas devemos adotá-los em doses razoáveis ​​para que mais de nós recuperemos a sanidade e o propósito na vida.


Pare e cheire as rosas.


O silêncio nos rodeia quando o buscamos com determinação e prazer.


Cada vez que visito o meu refúgio na Baviera, esta comunidade beneditina convida-me silenciosamente. Desacelerar, observar, ouvir, provar, tocar, cheirar, ver. Para sentar-me calmamente comigo mesmo e sozinho. Para renovar minha amizade com Deus. O silêncio monástico é o início da sabedoria e o caminho para a verdadeira satisfação.


Pax Bene


Vicente +

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Monjas Beneditinas Protestantes

Monjas Beneditinas Protestantes

As monjas da Comunidade Beneditina Anglicana na Abadia de Santa Maria, West Malling, refletem sobre a sua vocação e as alegrias e desafios do seu modo de vida. 

Neste pequeno documentário , dirigido por Jamie Hughes, as vozes das freiras são complementadas por imagens da vida da Abadia.



terça-feira, 11 de julho de 2023

Dia de São Bento - 11 de julho.

 


Hoje, 11 de julho, lembramos a morte de São Bento. Benedito de Núrcia.

Veja sua cronologia de santidade e exemplo para todos nós da OESI.

480 – Nasce no dia 24 de março em Nursia - Úmbria no antigo Reino Ostrogótico. Bento foi filho de um nobre romano, tendo realizado os primeiros estudos na região de Núrsia (próximo à cidade italiana de Espoleto). Mais tarde, foi enviado a Roma para estudar retórica e filosofia.

500 – Tendo-se decepcionado com a decadência moral da cidade, abandona logo a capital e retira-se para Enfide (atual Affile). Ajudado por um abade da região chamado Romano, instalou-se em uma gruta de difícil acesso, a fim de viver como eremita.

503 - Depois de três anos nesse lugar, dedicando-se à oração e a ascese, foi descoberto por alguns pastores, que divulgaram a fama de santidade. A partir de então, foi visitado constantemente por pessoas que buscavam conselhos e direção espiritual. Foi então eleito abade de um mosteiro em Vicovaro, no centro da península Itálica. Por causa do regime de vida exigente, os monges tentaram envenená-lo, mas, no momento em que dava a bênção sobre o alimento, saiu da taça que continha o vinho envenenado uma serpente e o cálice se fez em pedaços. Com isso, Bento resolve deixar a comunidade e retornando à vida solitária.

504 - Recebeu grande quantidade de discípulos e fundou doze pequenos mosteiros. 

529 - Por causa da inveja do sacerdote Florêncio, tem de se mudar para Monte Cassino, onde fundou o principal mosteiro da Ordem Beneditina. É nesse episódio que Florêncio lhe enviou de presente um pão envenenado, mas Bento deu o pão a um corvo que todos os dias vinha comer de suas mãos e ordenou à ave que o levasse para longe, onde não pudesse ser encontrado. Durante a saída de Bento para Monte Cassino, Florêncio, sentindo-se vitorioso, saiu ao terraço de sua casa para ver a partida do monge. Entretanto, o terraço ruiu e Florêncio morreu. Um dos discípulos de Bento, Mauro, foi pedir ao mestre que retornasse, pois o inimigo havia morrido, mas Bento chorou pela morte de seu inimigo e também pela alegria de seu discípulo, a quem impôs uma penitência por regozijar-se pela morte do sacerdote.

534 - Começou a escrever a Regula Monasteriorum (Regra dos Mosteiros).

547 - Morre em 21 de março, tendo antes anunciado a alguns monges que iria morrer e seis dias antes mandado abrir sua sepultura. Sua irmã gêmea Escolástica havia falecido em 10 de fevereiro desse mesmo ano.

 

Deus abençoe a cada membro da Ordem Beneditina Secular Evangélica da OESI.

Assista ao Vídeo do Mosteiro de Núrsia - Itália. Cidade Natal de São Bento. 



 

 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

A Vida de Bento de Núrsia Parte 1 - Texto adaptado do livro do Pastor Edson Sardinha - A Vida de Bento de Núrsia - Uma Vida de Sinais e Maravilhas

Excelente vídeo sobre a vida dos monges beneditinos

 

A Vida de Bento de Núrsia – Parte 1

Introdução

A fonte de todos os acontecimentos da vida de São Bento são os Diálogos de São Gregório Magno (540-604), redigidos por volta de 593, que se baseou em fatos narrados por monges que conheceram pessoalmente São Bento.

Por este motivo, neste simples trabalho, parafraseei o livro de Gregório Magno para que nosso conhecimento seja totalmente baseado em fontes históricas primárias, visto que Gregório é o seu primeiro biógrafo. Todas as demais biografias se baseiam diretamente nos Diálogos.

Em seus Diálogos, Gregório conversa com um discípulo chamado Pedro. Após os milagres narrados, Pedro fez perguntas e Gregório responde com citações Bíblicas apropriadas. Este diálogo com Pedro eu omiti para dar mais fluidez ao texto como narrativa histórica e alterei algumas palavras com o mesmo objetivo. No demais, o texto permanece íntegro.

Aconselho, porém, a leitura dos Diálogos para conhecer as respostas de Gregório e suas bases bíblicas.

A Vida de Bento de Núrsia

 “Houve um varão de vida venerável, Bento; tanto pela graça quanto pelo nome, que desde a infância possuía um coração maduro. Superior, pelo seu modo de proceder, ao verdor da idade a nenhuma volúpia entregou seu coração, e assim, enquanto se achava nesta terra, da qual por algum tempo pudera gozar livremente, desprezou, como já murchas, as flores do mundo” (Prólogo de Gregório Magno ao segundo Livro dos Diálogos).

Gregório narra a vida de Bento através de quatro discípulos seus: “Constantino, homem respeitabilíssimo, que lhe sucedeu na direção do mosteiro; Valentiniano, que regeu por muitos anos o mosteiro do Latrão; Simplício, que foi o seu segundo sucessor na direção da comunidade; Honorato, que até hoje dirige o mosteiro onde Bento antes viveu” (Prólogo).

I.                  A Fuga do Mundo

Bento nasceu em uma família nobre da província de Núrsia, Itália. Muito cedo, foi enviado a Roma para o estudo das belas letras.

Em Roma ficou escandalizado com tanto pecado que entendeu que poderia se desviar do caminho do Senhor. Por isso resolveu abandonar os estudos, sua casa e seus bens e procurou o monaquismo.

Resolveu procurar um lugar ermo e foi seguido por sua aia (que ajudou a cria-lo e o amava como filho). 

          Chegaram, assim, a certa localidade chamada Enfide, onde, “entretidos pela caridade de muitos homens de virtude, ficaram morando junto à igreja de S. Pedro Apóstolo”.

Um dia, a ama pediu às vizinhas que lhe emprestassem um crivo para limpar o trigo; tendo-o, porém, deixado descuidadamente sobre a mesa, o crivo caiu e se quebrou, ficando partido em dois pedaços. Logo que voltou e o encontrou nesse estado, a mulher começou a chorar muito, aflita por ver quebrada a vasilha que tomara de empréstimo. Quando, porém, Bento encontrou a ama chorando, compadecido da sua dor, pegou os dois cacos do vaso, e, levando-os consigo, entregou-se à oração com lágrimas. Quando se ergueu da oração, viu junto de si o crivo de tal forma íntegro que nenhum vestígio se podia descobrir da fratura. Então, pronta e carinhosamente consolou a ama, devolvendo-lhe são o vaso que levara em cacos.

 Bento, procurando uma vida de silêncio e sacrifício, longe dos elogios e louvores do mundo, fugiu ocultamente da ama e foi dar a um retiro deserto, distante de Roma cerca de quarenta milhas.

Quando para ali se encaminhava em fuga, encontrou certo monge de nome Romano, que lhe perguntou aonde ia.

Ciente do seu desejo, não só guardou segredo mas ainda lhe prestou ajuda e deu o hábito do monacato, servindo-o no que podia.

          Chegado a tal lugar, o homem de Deus recolheu-se à apertadíssima gruta, onde morou três anos ignorado de todos, excetuado o monge Romano.

            Este último vivia num mosteiro próximo, sob a regra do abade, a cujo olhar piedosamente furtava algumas horas para levar a Bento, em determinados dias, a parte de pão que conseguira subtrair ao próprio consumo.

Não havia caminho do mosteiro de Romano à gruta, por causa de alto rochedo que em cima da gruta fazia saliência; mas Romano, do alto dessa pedra, costumava fazer descer o pão pendurado a uma corda comprida a que prendera uma campainha para que o homem de Deus, ao ouvir-lhe o toque, soubesse que era a hora de baixar o alimento, e saísse a tomá-lo.

 Um dia, porém, quando o pão era descido, uma pedra caiu e quebrou a campainha. Romano, não obstante, não desistiu de prestar por meios aptos o seu serviço.

O Senhor apareceu a certo presbítero que morava longe e acabava de preparar, no dia de Páscoa, a própria refeição; disse-lhe: “Preparas delícias para o teu próprio gozo, enquanto o meu servo em tal lugar é atormentado pela fome'.” O sacerdote levantou-se imediatamente e no próprio dia da solenidade de Páscoa, com os alimentos que para si preparara, saiu na direção indicada, procurando o homem de Deus através dos montes escarpados, pelos vales e fossas do terreno, até que o achou escondido na gruta.

Depois de orarem, assentaram-se agradecendo a Deus. O presbítero disse: “Eia, tomemos alimento, porque hoje é Páscoa”. Respondeu-lhe Bento: “Sei que é Páscoa, pois mereci a graça de te ver”.

Morando longe dos homens, Bento ignorava que a solenidade pascal era naquele dia; mas o venerável presbítero de novo lho asseverou: “Em verdade hoje é Páscoa, o dia da Ressurreição do Senhor. De modo nenhum te fica bem jejuar, pois aqui fui mandado justamente para que juntos partilhemos as dádivas de Deus todo-poderoso”. Louvando, pois, o Senhor, tomaram alimento; e, finda a refeição e a conversa, voltou o padre para a sua igreja.

2. A Fama de Bento

Por esse mesmo tempo também alguns pastores o encontraram escondido na caverna. Vendo-o entre arbustos, vestido de peles, julgaram a principio que fosse um animal selvagem; mas, quando ficaram conhecendo o servo de Deus, muitos se converteram da sua mente animal para a graça de uma vida piedosa. Assim o nome de Bento tornou-se conhecido pelos arredores; já desde então Bento começou a ser visitado por muitos que, trazendo-lhe a refeição para o corpo, levavam, em troca, nos corações, o alimento de vida que procedia dos lábios do santo.

 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Você deseja ser um irmão Beneditino Protestante?

 

Orientação sobre os diversos carismas da OESI


Os irmãos e irmãs da OESI, após serem recebidos como aliançados da OESI, podem optar por uma das três espiritualidades próprias da OESI (ou pelas três): Espiritualidade Comum do Protestantismo (várias vertentes), a espiritualidade Beneditina ou a espiritualidade Franciscana (estas duas últimas a partir de uma releitura Protestante). 


  • A Espiritualidade Comum do Protestantismo é a vivência protestante própria das denominações Evangélicas com ênfase nas disciplinas espirituais e na espiritualidade clássica. 
  • A Espiritualidade Beneditina está baseada na vida e na Regra de Benedito de Núrsia a partir de uma releitura protestante.
  • A Espiritualidade Franciscana está baseada no carisma de Francisco de Assis e de Clara a partir de uma releitura Protestante. 


Os irmãos da Espiritualidade Comum Protestante vivem as disciplinas espirituais da OESI com alegria e simplicidade e se aprofundam no estudo da espiritualidade clássica. 

Já os irmãos Beneditinos (OBSE) e os irmãos Franciscanos (OFSE) são monges e frades dispersos. Vivem a espiritualidade e o carisma Beneditino ou Franciscano em suas vidas seculares e dispersas pelo mundo. São verdadeiros beneditinos e verdadeiros franciscanos dispersos em sua missão de Sal e Luz do mundo. Aceitam a Regra da OESI, fazem o voto de Servo Inútil, oram pela igreja de Cristo, pelo mundo e se esforçam para viver o Evangelho do Senhor Jesus em todas as áreas e aspectos de suas vidas.

Os Monges e Frades da OESI tem por mosteiro a sala dos doentes; por cela, um quarto de sua casa; como capela, a sua igreja local; como claustro, as ruas da cidade; como clausura, a obediência; como grade, o temor de Deus; como hábito e véu, a santa modéstia e a simplicidade.

Os irmãos vocacionados para a opção Beneditina ou Franciscana são acompanhados por uma pessoa de referência nestas espiritualidades (indicada pelo prior da OESI) e passam a pertencer a grupos próprios para estudos, aprofundamentos, congraçamentos, trabalhos e fraternidade para o pleno desenvolvimento da espiritualidade segundo o carisma do Novo Monasticismo.


Segunda-feira, da 19ª Semana do Tempo Comum. 08 de agosto de 2022, às 21:32h.  

 

Segunda-feira, da 19ª Semana do Tempo Comum. 08 de agosto de 2022, às 21:32h.  

 

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Cronologia histórica de São Bento

Palestra – Arte Sagrada Com Cláudio Pastro | CLAUDIO PASTRO - Belo ...
Cronologia Histórica de São Bento

480 – Nasce no dia 24 de março em Nursia - Úmbria no antigo Reino Ostrogótico. Bento foi filho de um nobre romano, tendo realizado os primeiros estudos na região de Núrsia (próximo à cidade italiana de Espoleto). Mais tarde, foi enviado a Roma para estudar retórica e filosofia.

500 – Tendo-se decepcionado com a decadência moral da cidade, abandona logo a capital e retira-se para Enfide (atual Affile). Ajudado por um abade da região chamado Romano, instalou-se em uma gruta de difícil acesso, a fim de viver como eremita.

503 - Depois de três anos nesse lugar, dedicando-se à oração e a ascese, foi descoberto por alguns pastores, que divulgaram a fama de santidade. A partir de então, foi visitado constantemente por pessoas que buscavam conselhos e direção espiritual. Foi então eleito abade de um mosteiro em Vicovaro, no centro da península Itálica. Por causa do regime de vida exigente, os monges tentaram envenená-lo, mas, no momento em que dava a bênção sobre o alimento, saiu da taça que continha o vinho envenenado uma serpente e o cálice se fez em pedaços. Com isso, Bento resolve deixar a comunidade e retornando à vida solitária.

504 - Recebeu grande quantidade de discípulos e fundou doze pequenos mosteiros. 

529 - Por causa da inveja do sacerdote Florêncio, tem de se mudar para Monte Cassino, onde fundou o principal mosteiro da Ordem Beneditina. É nesse episódio que Florêncio lhe enviou de presente um pão envenenado, mas Bento deu o pão a um corvo que todos os dias vinha comer de suas mãos e ordenou à ave que o levasse para longe, onde não pudesse ser encontrado. Durante a saída de Bento para Monte Cassino, Florêncio, sentindo-se vitorioso, saiu ao terraço de sua casa para ver a partida do monge. Entretanto, o terraço ruiu e Florêncio morreu. Um dos discípulos de Bento, Mauro, foi pedir ao mestre que retornasse, pois o inimigo havia morrido, mas Bento chorou pela morte de seu inimigo e também pela alegria de seu discípulo, a quem impôs uma penitência por regozijar-se pela morte do sacerdote.

534 - Começou a escrever a Regula Monasteriorum (Regra dos Mosteiros).

547 - Morre em 21 de março, tendo antes anunciado a alguns monges que iria morrer e seis dias antes mandado abrir sua sepultura. Sua irmã gêmea Escolástica havia falecido em 10 de fevereiro desse mesmo ano.